
Segundo a Lola, do blog Escreva Lola Escreva, podemos entender a persona de um artista como «um tipo de máscara que ele usa no seu dia a dia, nas suas aparições públicas, já que não o conhecemos na vida real». Para ela, «ter uma persona bem definida era mais visível nos anos dourados de Hollywood, quando os estúdios moldavam essas imagens.» Naquela época tinha-se, por exemplo, Greta Garbo, a que nunca ria, e Marilyn Monroe, sensual e ao mesmo tempo ingênua.
Ainda segundo a Lola, mesmo que as personas não sejam tão comuns na atualidade, elas ainda persistem. Woody Allen, nos seus filmes, sempre interpreta a si mesmo: o neurótico, egoísta e cheio de conflitos existenciais. Já Angelina Jolie moldou sua persona ao longo da carreira, passando de esquisita e bad girl a embaixadora da ONU e super-mãe.
As personas não apenas persistem como, às vezes, curiosamente, parecem fazer referência ao passado. Recentemente, o artista sueco George Chamoun criou uma série de imagens que misturam artistas de hoje com ícones do passado. A intenção foi brincar com as semelhanças físicas, mas se a gente notar há uma semelhança no tocante às personas também. Afinal, digam se Marilyn Monroe e Scarlett Johansson, para além do visual, não guardam também uma identidade quanto à personalidade pública que construíram? Johansson, assim como Monroe, interpreta personagens sempre sensuais, mas com uma pitada de inocência.
O mesmo vale pra Natalie Portman e Audrey Hepburn, cujas imagens também foram mescladas pelo artista sueco. Quem pode negar que entre Natalie e Audrey – ambas «boas moças» com um padrão de beleza não voluptuoso – também existem semelhanças?

Enfim, os exemplos são muitos. Tem George Clooney como o ecologista simpático e sorridente, Mel Gibson como o polêmico, Christopher Walken como o homem perturbado, Jane Fonda como a ativista, dentre outros. É interessante perceber como essas representações influenciam as nossas preferências. Muitas vezes vemos ou deixamos de ver um filme por conta de um ator ou atriz que está no elenco, devido ao que o comportamento e a imagem associados a ele ou ela significam para nós. Como disse a Lola em seu post, «pense no artista que você gosta e reflita sobre por que você gosta dele. Aposto como tem a ver com a persona.»
at 18:10
Existe a questão da persona mesmo, e por causa dela tendemos mais para um artista ou outro. Mas sem dúvida, pelo menos para mim, é o talento em representar um papel ou dirigir um filme que me atraem. Se fosse apenas pela persona talvez eu nunca mais visse um filme feito ou atuado por Mel Gibson. Mas confesso que como artista ele me interessa muito! E há um interesse fútil também em jogo. Exemplo: considero Jessica Alba uma péssima atriz, mas vejo os filmes delas porque a acho linda. Alguns filmes são bons (não por causa dela) e outros são sofríveis, mas estou lá, dando audiência à sua canastrice. Beijos!
at 18:34
Concordo que a persona colabora pra que a gente nossas preferências, mas existem casos e casos. A Natalie Portman por exemplo, é uma excelente atriz e faz (na maioria das vezes) filmes bons, mas a imagem dela, sei lá… acho meio "sem sal". Se dependesse da persona para ver os filmes dela, EU nunca veria.
at 22:11
gostei, mas não sei se é uma regra. Adoro o Robin Williams, e dizem que ele é muito mal educado, estrela.
Acho que são mais pelos filmes dele. A Julia Roberts tb, adoro ela.
mas gostei muito dessa coisa de persona.
Cultura jamais é demais ^^
at 22:26
Que texto maravilhoso! Acho que, na realidade, a persona em Hollywood acontece porque a indústria cinematográfica necessita desses estereótipos até porque são neles que ela foi fundada… Achei curiosa a mistura de Audrey Hepburn e Natalie Portman. Elas se parecem muito. E acho que é por isso que acabo gostando de atores como Edward Norton, que se recusam a comprometer aquilo em que acreditam e trilham um caminho independente em Hollywood.
at 16:40
Também acho que existem casos e casos, João. Essa coisa da vida pública do artista influenciar o nosso gosto é só um fator a mais…
Obs: já que você comentou sobre a Natalie ser sem sal, não vou resistir a dizer que: até acho, como coloquei no post, que ela e a Audrey tem semelhanças, mas confesso que me doeu um pouquinho endossar essa comparação porque adoro a Audrey e acho a Natalie um saquinho, hehehe.
at 16:43
Pois é, Sandro. Há muitos fatores. Já eu, por exemplo, acho que sou um pouco mais influenciada por essa coisa da persona, e um pouco menos pelo talento. Tipo, sou totalmente apaixonada pela Kirsten Dunst. Acho ela o máximo, embora não seja uma atriz excepcional (é boa, mas não espetacular). E às vezes não sei bem explicar o porquê de gostar tanto assim, então deduzo que é pela imagem mesmo, por eu achá-la carismática, sorridente etc.
at 16:45
É, Bárbara, nem sempre o comportamento do artista define os nossos gostos. E pois é, dizem que Robin Williams é super problemático, boçal, arrogante etc etc…
at 16:46
Obrigada, Kamila!
Pois é, o que seria de Hollywood sem todo esse folclore em torno das celebridades…