Já parou pra pensar no porquê de gostarmos deste ou daquele ator ou atriz? Alguns odeiam Tom Cruise, tem aqueles que adoram Julia Roberts, tem quem não goste também, e por aí vai. Normalmente a gente pensa que a origem dessas preferências vem dos filmes legais que esses artistas fizeram ou do fato de acharmos que eles são talentosos. Bom, tudo isso realmente conta, mas tem outra coisa: gostamos (ou não) de um artista também por causa da imagem pública que ele construiu ao longo de sua carreira. E a essa imagem chamamos persona.

Segundo a Lola, do blog Escreva Lola Escreva, podemos entender a persona de um artista como «um tipo de máscara que ele usa no seu dia a dia, nas suas aparições públicas, já que não o conhecemos na vida real». Para ela, «ter uma persona bem definida era mais visível nos anos dourados de Hollywood, quando os estúdios moldavam essas imagens.» Naquela época tinha-se, por exemplo, Greta Garbo, a que nunca ria, e Marilyn Monroe, sensual e ao mesmo tempo ingênua.

Ainda segundo a Lola, mesmo que as personas não sejam tão comuns na atualidade, elas ainda persistem. Woody Allen, nos seus filmes, sempre interpreta a si mesmo: o neurótico, egoísta e cheio de conflitos existenciais. Já Angelina Jolie moldou sua persona ao longo da carreira, passando de esquisita e bad girl a embaixadora da ONU e super-mãe. 

As personas não apenas persistem como, às vezes, curiosamente, parecem fazer referência ao passado. Recentemente, o artista sueco George Chamoun criou uma série de imagens que misturam artistas de hoje com ícones do passado. A intenção foi brincar com as semelhanças físicas, mas se a gente notar há uma semelhança no tocante às personas também. Afinal, digam se Marilyn Monroe e Scarlett Johansson, para além do visual, não guardam também uma identidade quanto à personalidade pública que construíram? Johansson, assim como Monroe, interpreta personagens sempre sensuais, mas com uma pitada de inocência. 

O mesmo vale pra Natalie Portman e Audrey Hepburn, cujas imagens também foram mescladas pelo artista sueco. Quem pode negar que entre Natalie e Audrey – ambas «boas moças» com um padrão de beleza não voluptuoso – também existem semelhanças?

Caso interessante de manipulação da persona é o de Leonardo DiCaprio. O ator, que ganhou fama mundial depois de Titanic e passou a ser conhecido como ídolo teen e galã do momento, já deu entrevistas afirmando ter odiado a experiência. De lá pra cá, a escolha de seus papeis refletiu a tentativa de fugir daquela imagem. Objetivo que alcançou com êxito.

Enfim, os exemplos são muitos. Tem George Clooney como o ecologista simpático e sorridente, Mel Gibson como o polêmico, Christopher Walken como o homem perturbado, Jane Fonda como a ativista, dentre outros. É interessante perceber como essas representações influenciam as nossas preferências. Muitas vezes vemos ou deixamos de ver um filme por conta de um ator ou atriz que está no elenco, devido ao que o comportamento e a imagem associados a ele ou ela significam para nós. Como disse a Lola em seu post, «pense no artista que você gosta e reflita sobre por que você gosta dele. Aposto como tem a ver com a persona.»

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