10 palpites, 3 acertos. Se fosse um bolão, com certeza eu não seria O vencedor. 127 horas depois dos meus pitacos, toda A rede social viu O discurso do rei George VI conquistar a preferência dos membros da academia, sendo o maior destaque da noite. A origem das apostas? O post anterior, onde eu coloquei as minhas fichinhas nos filmes que passaram batidos na premiação desse ano. «Cisne Negro» (meu favorito entre os dez indicados) levou a estatueta mais óbvia (melhor atriz para Natalie Portman) e só. James Franco cortou o próprio braço em vão e quem considerou a utopia de ver «Toy Story 3» levar o prêmio de melhor roteiro adaptado e até em melhor filme, se decepcionou. «Alice» (zzzz…) levou dois prêmios na cerimônia e o lixo brasileiro infelizmente não se deu bem na categoria de melhor documentário. Confiram comigo no replay:
Acertos em verde e os (7) erros em vermelho.
Melhor roteiro adaptado
– “A rede social”
– “127 horas”
– “Bravura indômita”
– “Toy Story 3”
– «Inverno da alma»
Eu considero «A rede social» um dos filmes mais supervalorizados de 2010, mas nessa categoria o favoritismo e o hype do filme falaram mais alto (inclusive no meu palpite). Bilionários por acaso, biografia não autorizada que inspirou a produção, também teve um certo destaque mesmo antes da estreia do filme. Independente da versão literária ou cinematográfica, a história da criação do facebook não é algo que o Sr. Zuckerberg possa bater no peito e se orgulhar do que fez. Isso é fato.
Melhor roteiro original
– “Minhas mães e meu pai”
– “O vencedor”
– “A origem”
– “O discurso do rei”
– «Another year»
Quando «O discurso do rei» levou a sua primeira estatueta da noite, parecia certo de que a história do rei gago seria disparado o campeão de estatuetas da noite. Pelo menos em quantidade de prêmios (4 no total), «A Origem» ficou na cola dele, graças às categorias técnicas (som, fotografia e efeitos visuais). Torci muito para o filme do Nolan nessa categoria, mas não deu.
Melhor atriz coadjuvante
– Helena Bonham Carter – “O discurso do rei”
– Melissa Leo – “O vencedor”
– Amy Adams – “O vencedor”
– Hailee Steinfeld – “Bravura indômita”
– Jacki Weaver – “Reino animal”
Meu palpite era na concorrente mais jovem do Oscar desse ano. Hailee Steinfeld (a protagonista de Bravura Indômita) não levou, apesar do seu desempenho excelente na trama western dos irmãos Coen. Melissa Leo, famosa por ser uma atriz extremamente versátil, teve uma atuação brilhante ao lado de Christian Bale em «O Vencedor», e por isso foi a preferida da academia.
Melhor ator coadjuvante
– Mark Ruffalo – “Minhas mães e meu pai”
– Geoffrey Rush – “O discurso do rei”
– Christian Bale – “O vencedor”
– Jeremy Renner – “Atração perigosa”
– John Hawkes – «Inverno da alma»
Christian Bale é um verdadeiro camaleão entre os atores de Hollywood. O cara emagreceu (de novo), mudou os trejeitos, treinou boxe, mas se fosse somente isso, não seria o suficiente para destacá-lo entre os demais. Bale se entregou ao personagem, mostrando a realidade que ele achava que vivia, mesmo depois de se tornar dependente químico. Os versos de «I Started a Joke» que Bale canta com Melissa Leo durante uma das cenas foi uma das cenas mais bonitas dentre os filmes concorrentes ao Oscar desse ano.
Melhor ator
– Jesse Eisenberg – “A rede social”
– Colin Firth – “O discurso do rei”
– James Franco – “127 horas”
– Jeff Bridges – “Bravura indômita”
– Javier Bardem – “Biutiful”
Reconheço que fui teimoso nesse palpite. Colin Firth vinha merecendo o Oscar desde o ano passado por «Direito de Amar», quando perdeu para Jeff Bridges (Coração Louco). Em «O Discurso do Rei», Firth interpreta o rei George VI, que sofre para falar em público devido a sua gagueira. A dupla com Helena Bonham Carter, foi um ponto forte do filme. Nos poucos momentos em que os dois estavam juntos em cena, o filme funcionava melhor. Se existisse uma categoria para melhor casal (como o MTV movie awards), eles levariam fácil.
Melhor atriz
– Annette Bening – “Minhas mães e meu pai”
– Natalie Portman – “Cisne negro”
– Nicole Kidman – “Rabbit hole”
– Michelle Williams – “Blue valentine”
– Jennifer Lawrence – “Inverno da alma”
A grande favorita da noite. Não via uma atuação tão brilhante de Portman desde «Closer», quando a mesma fez o papel da stripper Alice Ayres. «Cisne Negro» foi o meu filme favorito dentre os 10 candidatos, uma pena que só levou o prêmio nessa categoria. «Cisne Negro» virou «Patinho feio» (como disse ontem o @porra_man).
Melhor diretor
– David Fincher – “A rede social”
– Tom Hooper – “O discurso do rei”
– Darren Aronofsky – “Cisne negro”
– Joel e Ethan Coen – “Bravura indômita”
– David O. Russell – “O vencedor”
A maior zebra da noite. Tom Hooper, diretor de «O discurso do rei» é um ilustre desconhecido do grande público. A maioria dos seus trabalhos como diretor tinham sido para a TV e no seu primeiro longa com uma produção maior, o sujeito leva o Oscar. Duvido que nos bolões por aí, alguém tenha votado nele (pelo menos aqui não).
Melhor filme
– “A rede social”
– “O discurso do rei”
– “Cisne negro”
– “O vencedor”
– “A origem”
– “Toy Story 3”
– “Bravura indômita”
– “Minhas mães e meu pai”
– “127 horas”
– “Inverno da alma”
Se Cisne Negro (minha aposta), Toy Story 3 ou A Origem ganhassem nessa categoria, eu ficaria igualmente feliz. «O discurso do Rei», filme que mostra a História do rei George VI, o pai da atual rainha da Inglaterra, Elizabeth II, conquistou a crítica. É um filme bonito, bem realizado, o trio principal está muito bem, mas o filme não trouxe nada de novo no gênero biografia/histórico.
Melhor direção de arte
«Alice no País das Maravilhas»
Melhor fotografia
Melhor atriz coadjuvante:
Melissa Leo – “O vencedor”
Melhor curta-metragem de animação
«The lost thing», de Shaun Tan, Andrew Ruheman
Melhor longa-metragem de animação:
«Toy story 3»
Melhor roteiro adaptado
“A rede social”
Melhor roteiro original
“O discurso do rei”
Melhor filme de língua estrangeira
«Em um mundo melhor» (Dinamarca)
Melhor ator coadjuvante
Christian Bale – “O vencedor”
Melhor trilha sonora original
«A rede social» – Trent Reznor e Atticus Ross
Melhor mixagem de som
«A origem»
Melhor edição de som
«A origem»
Melhor maquiagem
«O lobisomem»
Melhor figurino
«Alice no País das Maravilhas»
Melhor documentário em curta-metragem
«Strangers no more»
Melhor curta-metragem
«God of love»
Melhor documentário (longa-metragem)
«Trabalho interno»
Melhores efeitos visuais
«A origem»
Melhor edição
Melhor canção original
«We belong together», de «Toy story 3»
Melhor diretor
Tom Hooper – “O discurso do rei”
Melhor atriz
Natalie Portman – “Cisne negro”
Melhor ator
Colin Firth – “O discurso do rei”
Melhor filme
“O discurso do rei”
at 16:02
Também estava torcendo pra que "Cisne Negro" vencesse como melhor filme, mas fiquei feliz por Natalie Portman ter levado o prêmio, bem como Christian Bale e Melissa Leo em papéis nem um pouco adoráveis. Tomara que o próximo ano seja melhor no quesito filmes…
at 18:59
Acho que você arriscou muito com o coração! Gosto muito de Cisne Negro, mas sabia que ia passar batido. A Politica do Oscar ou a Mente dos velhinhos…adoram coisas mais clássicas…
at 19:43
Gilberto, infelizmente não foi dessa vez que o Aronofsky foi reconhecido por seu trabalho.
Tiago, vc tem razão. "Cisne Negro" é pesado demais para a mente dos velhinhos da academia. Mas ainda assim, é meu favorito. =]
at 22:09
Acho que fui uma das poucas contentes com o resultado do melhor filme. =)
…
Já que você citou isso de que espera que os filmes do próximo ano sejam melhores, lembrei de comentar que:
comparando os indicados desse ano com os do ano anterior acho que os primeiros estão em vantagem astronômica. Esse ano tivemos Black Swan, Discurso, Toy Story. E até os que não vi me parecem muito bons (tô morrendo de vontade de ver Inverno na Alma, por exemplo. E O Vencedor parece mesmo ser legal). Já 2010 foi o ano de Avatar (acho bobo), e de outros filmes bem mais ou menos. Até hoje me indigno com a vitória de Sandra Bullock como melhor atriz. A atuação dela foi mediana, nada demais, e o filme era péssimo, totalmente mais do mesmo. Os únicos especiais pra mim foram Direito de Amar e Bastardos Inglórios. Enfim, só queria dizer que – mais do que as indicações, mais do que quem ganhou ou venceu – o que me animou mesmo nesse Oscar foi a qualidade dos filmes. A maioria é/parece interessante. O único que acho que não deveria estar lá é Minhas mães e meu pai (que, ainda assim, eu gostei e achei razoável). Mas, sim, claro, sempre esperamos que os próximos sejam bons filmes.
at 11:24
Deise, vc pegou leve ao chamar Avatar de bobo. Uma vez só faltaram me bater qdo eu disse que achava o filme sofrível (só não dormi na sessão porque estava com os óculos 3d). Os efeitos e a tecnologia dele impressionam, e não me surpreenderia se na época ganhasse o Oscar. Mas aí me pegam "guerra ao terror" (que já estava em DVD) e colocam DO NADA na lista de indicados… Não dá pra entender essa galera.
Só incluiria aí mais 3 filmes que gostei ano passado: "O segredo dos seus olhos", "Um olhar do paraíso" (acho que fui o único DO MUNDO a gostar desse filme) e "UP – altas aventuras" (um filme, digamos… fofo)
Bjos, volte sempre.
at 3:05
Ah é, João.
É que eu estava falando dos que eu gostei na categoria melhor filme. O segredo dos seus olhos é um dos meus preferidos não só do ano passado, como da vida! Up até hoje não vi (que vergonha), e Um olhar no paraíso eu não sei qual é (vou jogar aqui no google pra ver).
Beijo