A tarefa árdua de desvendar os mistérios da mente humana não é algo novo, ao menos no cinema. Desde os clássicos como “O Ano Passado em Marienbad” aos recentes “Onde vivem os monstros” e “A Origem”, a análise dos pensamentos, traumas, sonhos e lembranças é realizada de modo que cada espectador desenvolva a sua teoria a respeito do tema. Quem nunca imaginou o que se passa na cabeça do outro? E se fosse possível implantar ou arrancar uma idéia na mente desse indivíduo? É nesse jogo de (im)possibilidades que se encontra “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”.
Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele.
Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.
Olhando rapidamente, o filme teria todos os ingredientes para um resultado enfadonho. Uma comédia dramática com toques de ficção científica estrelada pelo espalhafatoso Jim Carrey e a eterna titânica Kate Winslet. Felizmente, o que vemos é uma obra prima, fruto de um roteiro bem estruturado e atuações espetaculares.
Para quem já estava acostumado a ver o Jim Carrey em personagens caricatos e a Kate Winslet em papéis mais contidos, o filme foi uma grata surpresa. Aqui, os trejeitos e caretas de Carrey dão lugar à sensibilidade de um homem que não quer mais sofrer por amar uma garota tão instável. Ao mesmo tempo, Winslet surpreende ao expor uma personagem rebelde e misteriosa, livre de qualquer compromisso sério na vida e no amor.
O filme, com direção de Michel Gondry, cineasta francês famoso por seus videoclipes com a cantora Björk, reúne um elenco estelar que ainda conta com Kristen Dunst e Mark Ruffalo (Minhas mães e meu pai). O roteiro do filme é assinado por Charlie Kaufman, também responsável pelos textos de “Adaptação”, “Confissões de uma mente perigosa” e “Quero ser John Malkovich”.
“Brilho Eterno de uma mente sem lembranças” traz um dos casais mais inusitados que o cinema poderia unir, mas não somente isso. As situações que o filme apresenta, assim como as memórias dos personagens, nos transportam para um submundo confuso e adorável que só a mente humana é capaz de ‘produzir’.
«Feliz é o destino do inocente,
Esquecido pelo mundo que ele esqueceu.
O Brilho eterno de uma mente sem lembranças»
(Alexander Pope)
at 16:46
Esse filme é simplesmente lindo. Impossível rotular ele em algum dos gêneros citados. Para mim, não é uma comédia (longe disso) e não chega a ser ficção científica (pelo menos, não do modo em que estamos acostumados a ver), tá mais para um romance às avessas.
Ah gente. É perfeito.
at 19:11
amo esse filme. muito bom. roteiro me agradou demais.
at 22:03
Olá!!
Gostei muito do espaço que criou…
Posso te add em meus links na lateral de meu blog?
Já estou seguindo!
Um abraço,
Kleber
oteatrodavida.blogspot.com
at 20:36
Filme clássico, todo mundo tem que ver!