O nevoeiroA ideia de que o homem é a maior ameaça ao homem quando colocado em situações de extrema tensão é a principal mensagem de «O Nevoeiro». Em seus inúmeros diálogos de conteúdo político, somos apresentados durante o filme a uma sociedade que se comporta de forma civilizada até que os serviços de eletricidade e emergência param de funcionar e nem mesmo as forças armadas podem interferir no problema. As pessoas que se encontram presas no ambiente fechado tornam-se impotentes em relação ao problema externo e conforme a história se desenvolve, percebemos que dentro do mercado os humanos são tão ameaçadores quanto as criaturas do nevoeiro.

O filme é uma das melhores adaptações da obra de Stephen King para o cinema, que pelas mão do diretor Frank Darabont, já havia levado às telas Um Sonho de Liberdade (1994) e À Espera de um Milagre (1999). Mesclando elementos de ficção científica, terror e suspense, O nevoeiro abusa da tensão ao transpor para as telas uma espécie de teste de sobrevivência em um ambiente tão vulnerável como um mercado (com a frente toda de vidro, como destaca um dos personagens).

O surgimento do nevoeiro permanece um mistério durante todo o filme, mesmo assim a população da cidade parece não se importar muito em obter respostas quanto a isso, o importante é se proteger das criaturas sanguinárias e tentar sobreviver a qualquer custo. Mesmo economizando nos efeitos visuais, consequência do orçamento modesto de 18 milhões, o filme prende o espectador, já que o foco não está nas criaturas do nevoeiro (que pouco aparecem no filme) e sim na relação tensa entre os personagens da história. Uma ótima metáfora de uma sociedade que mantém a calma até se sentir ameaçada por algo desconhecido.

Ps’ Final surpreendente, poucas vezes vi isso num filme hollywoodiano

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