Um dos melhores filmes de Ficção Científica dos últimos anos. Vendo A Origem é impossível não compará-lo a Matrix em alguns aspectos, porém no que diz respeito a criatividade no roteiro os dois estão no mesmo patamar. Escrito e dirigido por Christopher Nollan (diretor de Batman – o cavaleiro das trevas, como bem destaca o cartaz do filme), A Origem é uma daquelas obras que se destacam pela originalidade, fugindo da fórmula pronta dos blockbusters norte-americanos.
Na trama, Leonardo DiCaprio é Cobb, um ladrão especializado na perigosa arte da extração, o roubo de valiosos segredos do subconsciente de suas vítimas enquanto elas estão dormindo. Devido a essa habilidade rara, Cobb passa a ser uma desejável peça do jogo da espionagem corporativa, mas isso também o fez um fugitivo e o extirpou de tudo o que ele já amou nessa vida. É então oferecida a Cobb uma chance de redenção, um último trabalho que pode lhe devolver a vida. No entanto, Cobb e sua equipe têm que realizar o impossível: implantar uma ideia ao invés de tirar uma. Para isso, a técnica utilizada é implantar um sonho dentro de um sonho, dentro de outro sonho. Confuso, não?
Apesar de ser um filme complexo, o diretor fez questão de diferenciar muito os cenários onde se passam os níveis de sonhos (um sonho dentro do outro), para facilitar um pouco a compreensão do espectador, basta apenas ter muita atenção para não se perder nos inúmeros conflitos do filme. O elenco principal conta com o astro Leonardo DiCaprio e um ótimo time de apoio com a jovem Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt (em uma ótima atuação), além de Tom Hardy, Ken Watanabe, Cillian Murphy e a bela Marion Cotillard (Meia-noite em Paris). Minha única ressalva é em relação ao personagem de DiCaprio que lembrou muito o seu último trabalho no cinema em Ilha do medo, onde o mesmo era um rapaz perturbado com lembranças do passado que incluiam a culpa pela morte da esposa, mesmo assim a atuação dele não é prejudicada por tal semelhança.
No mais, A Origem cumpriu o objetivo de impressionar o público que foi ao cinema para ver o novo filme «do diretor de Batman – O cavaleiro das trevas». Mas não podemos esquecer que o diretor Christopher Nollan é responsável por outros filmes geniais e surpreendentes como Amnésia e O grande truque. Se o espectador piscar durante o filme, pode perder detalhes fundamentais do desenvolvimento da história. Com certeza, quem foi ao cinema esperando uma sessão de entretenimento apenas, se decepcionou, pois mais do que os efeitos especiais, cenas de ação e ótimo elenco, o filme está estruturado num roteiro incrivelmente inteligente, original e complexo.
at 23:52
Olhe, num ano com poucos filmes "excelentes", este vai conseguir um bom lugar no meu top 10 melhores do ano, tenho certeza
at 10:21
Nem eu esperava que esse filme era tão "cabeção". Me surpreendi com o desfecho da história, o filme é excelente.
abs, ISA
at 15:37
Rpz, melhor filme do ano junto com Kick-Ass!
Acho que o grande trunfo de Nolan foi seu roteiro diferenciado, misterioso e inteligente!
No fim das contas, na minha teoria, Cobb estava imerso em sonhos dentro de sonhos dele mesmo. Onde cada personagem agia como a projeção de seus sentimentos em relação a Mal. Vou tentar me lembrar do nome de todos pra escrever aqui depois, mas fica a pergunta:
Alguma vez no sonho aquele peão parou de girar?
at 19:12
“A origem”
Mesmo que levássemos em conta apenas a superfície imediata do entretenimento, o filme superaria a média industrial hollywoodiana. Nem tanto por mérito do jovem e talentoso Cristopher Nolan, mas graças ao arrojo técnico empregado para contar sua história mirabolante. Os efeitos visuais atingem um grau de ilusionismo assombroso. A edição é exemplar. Prêmios técnicos não faltarão ao filme.
Há, no entanto, um pequeno detalhe.
A música “Je ne regrette rien”, cantada por Edith Piaf, surge freqüentemente, servindo a necessidades dramáticas. Os protagonistas a utilizam como uma espécie de gatilho para retornar das viagens pelos sonhos. Depois que os inconscientes foram devidamente treinados, basta-lhes ouvi-la e todos despertam imediatamente, salvando-se de apuros eventuais.
Mas trata-se também de uma referência exterior ao próprio filme: a canção desloca nosso raciocínio da personagem-chave “Mal” para sua intérprete, a francesa Marion Cotillard. Pois é impossível não lembrar a própria Cotillard no papel de Edith Piaf, cantando exatamente “Je ne regrette rien”.
Enquanto “Mal” só existe no mundo onírico, a identificação da atriz com seus trabalhos anteriores faz sentido apenas no plano dos espectadores conscientes. A citação extrai os personagens de suas imersões pela fantasia e ao mesmo tempo nos retira de “A origem” (ou do “sonho” representado pelo filme) para devolver-nos à realidade exterior.
Se qualquer outra canção preservasse o mesmo sentido conveniente à trama (“não lamento nada”), as lucubrações acima virariam delírios absurdos. Mas a escolha dessa música, entre inúmeras possíveis, é precisa e enriquecedora demais para soar casual. E assim descobrimos a essência do código metalingüístico em sua plena realização.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com/
at 17:36
É galera, vendo os comentários de vocês tenho certeza que vou assistir esse filme novamente com mais calma. Há muitos detalhes a serem desvendados ainda.
Abs. @JLinno