Walter Salles é mesmo chegado num road movie. Depois de Central do Brasil e Diários de Motocicleta, o diretor realizou “Na Estrada”, adaptação para o cinema de “On the Road”, o famoso livro de Jack Kerouac escrito em 1951 e publicado em 1957.
“On the Road” é um produto do movimento beat, que influenciou fortemente a geração de jovens da qual foi contemporâneo e que incluiu manifestações artísticas como a poesia e a música. Seus representantes se destacaram pelo comportamento transgressor, por se colocarem contra a conformidade e a repressão sexual e por refletirem essa transgressão na própria forma como escreviam, adotando um estilo literário espontâneo e coloquial.
O livro conta sobre o fascínio que o pouco convencional e aventureiro Dean Moriarty exerceu sobre o aspirante a escritor Sal Paradise, motivando-o a escrever e a se lançar numa viagem pelos Estados Unidos. “On the Road” é, na verdade, a própria história de Jack Kerouac (na figura do narrador Sal Paradise) e Dean Moriarty é o alter-ego de Neal Cassady, ícone da geração beat. Outros personagens do livro, como Marylou e Camille, primeira e segunda esposas de Moriarty, também são reais, assim como Carlo Marx, que é o poeta Allen Ginsberg.
No livro, motivados pela necessidade de aventura e auto conhecimento e pelo lema “estrada é vida”, Dean e Sal, acompanhados por Marylou e por caroneiros ocasionais, atravessam os Estados Unidos a bordo de um Hudson 49, dirigindo a toda velocidade, conhecendo lugares e visitando gente como Old Bull Lee (pseudônimo sob o qual o poeta William S. Burroughs aparece na obra).
É, sem dúvida, um projeto ambicioso adaptar uma obra consagrada e emblemática como “On the Road”, mas Walter Salles declarou em entrevistas ser fã e conhecedor do livro que leu aos 18 anos e isso deve ser um bom começo. O diretor vinha desenvolvendo o projeto há sete anos, desde que foi convidado por Francis Ford Coppola, produtor executivo, para dirigir o filme. Salles chegou a reproduzir alguns dos caminhos percorridos por Kerouac nos anos 1950 e convocou, com antecedência, os atores que queria para o elenco. Os protagonistas Sam Riley (de Control – A História de Ian Curtis) e Garrett Hedlund (de Tron – o Legado) foram selecionados para os papéis de Sal Paradise e Dean Moriarty em 2005. Além deles, o elenco conta com Kirsten Dunst, Viggo Mortensen, Elizabeth Moss, Alice Braga, Steve Buscemi, Amy Adams e Kristen Stewart.
O resultado foi um filme bastante fiel ao livro (ou melhor, fiel ao manuscrito original). Quem já conhece a história certamente se emocionará ao ver seus personagens interpretados por um elenco talentoso, que incorporou o clima de «On the Road» e o espírito da geração que este simboliza. Estão presentes, com riqueza de detalhes, o sexo livre, a loucura, a energia, o ritmo frenético do bebop e do jazz e o uso desmedido de drogas. Longo, o filme nos dá a oportunidade de acompanhar sem pressa as nuances da história. Há tempo para assimilar as motivações de Sal para sair numa viagem sem destino, sua fascinação – e a fascinação de outras pessoas – por Moriarty, a diversão do início e a forma como ela transita, da metade para o final, entre a melancolia e a decadência.
Resta saber se “Na Estrada” funciona também para o público que não teve contato com o livro. A presença de Stewart e o clima “jovens pegando a estrada e vivendo altas aventuras” que a sinopse e os cartazes podem sugerir talvez aproxime do filme um público que espera por algo diferente do que vai encontrar. Por outro lado, se depender da boa construção das personagens e da competente adaptação do roteiro, há grandes chances de, também nisso, o filme ser bem sucedido.
at 21:49
Estou ansiosa para assistir a este filme. Não só porque se trata da adaptação de um livro sensacional, mas porque é uma obra dirigida por Walter Salles, um de nossos melhores diretores, e, principalmente, por ter recebido ótimas críticas. Espero gostar!
at 7:52
Resta dizer que o filme “On The Road” é o mais imbecil,fresco, no cego,funkístico, chupado e frenéticas road movie já exibido nos cinemas. Uma
obra de bosta em que os personagens transpiram frescura, desapego, mesquinho e muita vontade de morrer. Somos atiçados por uma obra que não vale nada
construção cinematográfica que atinge cada um dos seus desrespeito. A
direção de Walter Salles e o incompetente trabalho de edição dão um ritimo lerdo a todas as cenas
at 11:17
Nossa, que ódio é esse Marcos?
Ainda não conferi o filme, mas ando aguardando com certa expectativa para um longa contemplativo do Walter.