Assalto ao Banco CentralNos dias 6 e 7 de agosto de 2005 foram roubados do cofre do banco central de Fortaleza a quantia de R$ 164,7 milhões, o que caracterizou o maior assalto da história do país e o segundo maior roubo a banco do mundo. Seis anos após o crime, “Assalto ao banco central” chega aos cinemas com a responsabilidade de narrar a história do roubo e entregar uma produção tão grandiosa e bem planejada quanto o próprio crime.

No filme, um criminoso conhecido apenas como Barão (Milhem Cortaz, Tropa de Elite 2) reúne uma equipe disposta a invadir o cofre do banco central de Fortaleza e roubar a quantia desejada através de um túnel. As referências ao roubo real param por aí, já que foram criadas inúmeras situações fictícias para deixar a história mais “atraente”.

“Assalto ao banco central” é um bom exemplo de que às vezes o “baseado em fatos reais” pode ser um chamariz negativo para filme. Quem for ao cinema esperando um filme sobre o roubo do século, vai se deparar com uma narrativa pouco dinâmica que abusa do didatismo nas cenas de investigação e pouca ação para um filme policial. Além disso, o filme é repleto de situações gratuitas que pouco acrescentam ao desenvolvimento da trama. Além do abuso de estereótipos (nordestinos, evangélicos, homossexuais), vemos uma tentativa de romantizar a história do assalto com personagens fictícios que claramente só serviriam para criar uma empatia com o público. Não funcionou.

A opção de quebrar a ordem cronológica do filme também não foi das melhores. Nele, as cenas de planejamento do assalto são intercaladas com as de investigação e interrogatório dos suspeitos do crime. A narrativa não chega a confundir o público, mas tira totalmente o suspense da trama, pois ficamos sabendo de cara quem são os integrantes do grupo que serão acusados, detidos ou mortos.

“Assalto ao banco central” até tenta fugir do óbvio, mas falha ao tentar implantar elementos que deram certo em outros filmes do gênero, com uma equipe que infelizmente não teve a mesma competência. Dirigido pelo estreante Marcos Paulo (mais conhecido por trabalhos em novelas globais), o filme é uma armadilha para curiosos que chama mais atenção pela história (a real, de 2005) do que pela forma que foi mostrado no cinema.

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