o_ultimo_desafio_poster_0Um perigoso bandido em fuga dirige-se para uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos e cabe ao xerife local a responsabilidade de lidar com a ameaça, mesmo sabendo que não tem contingente para lidar com alguém tão perigoso. Esse enredo tão característico dos filmes de faroeste é mais uma vez reeditada neste O Último Desafio, dirigido por Kim Jee-woon e estrelado por Arnold Schwarzenegger, que interpreta o xerife de uma pequena cidade dos dias atuais próxima à fronteira com o México.

O filme, apesar de beber da fonte dos faroestes de outrora com sua música e com os tiroteios em meio à rua principal de uma pequena cidade, passa longe de ser um faroeste moderno e revisionista como Onde os Fracos Não Tem Vez (2007) dos irmãos Coen. O foco aqui é mesmo a ação exagerada e sanguinolenta no melhor estilo dos filmes de ação da década de 80 que parece estar sendo trazido de volta em filmes como este e Os Mercenários (2010).

Dito isto, fica claro que O Último Desafio não é um filme para ser levado a sério ou analisado a fundo, trata-se de uma bobagem, mas uma bobagem altamente eficiente e divertida. Se o roteiro do filme foi facilmente reduzido à frase inicial desta crítica, não se pode esperar muito mais profundidade dos personagens. O narcotraficante em fuga Gabriel Cortez (Eduardo Noriega) e seu assistente Burrel (Peter Stormare) são tão caricatos e exagerados que se tornam incrivelmente hilários.

Do lado dos mocinhos os personagens revelam-se um amontoado de clichês, do xerife Owens (Schwarzenegger) que é o típico policial durão que se transferiu de Los Angeles para uma pequena cidade para ficar sossegado e longe da violência, passando pelo típico ex-militar alcoólatra e vagabundo em busca de redenção na figura de Frank Martinez (Rodrigo Santoro) e, logicamente um caipira burro e fanático por armas interpretado pelo eterno Jackass, Johnny Knoxville. São personagens compostos por um exagero tão despretensioso que é difícil não de divertir conforme eles vão soltando frases de efeito com a mesma frequência em que fazem poses heroicas para fuzilar seus inimigos.

A ação obviamente é o ponto alto do filme, com perseguições e tiroteios que prezam pelo absurdo, quando um personagem é baleado sai um chafariz de sangue do ferimento, quando alguém é atingido por uma explosão é vaporizado em mil pedaços que se espalham pelo cenário, sem falar de algumas maneiras bastante criativas que o filme encontra para despachar os antagonistas. Assim sendo, O Último Desafio se mostra um ótimo exemplar do cinema de ação brucutu, que consegue transformar seus defeitos em qualidades para produzir uma obra extremamente divertida, abraçando sem medo seus excessos e sua própria estupidez, sendo sincero em suas intenções de nos entreter com seu espetáculo de violência gratuita.

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