Colin Farrell em cena de «O Vingador do Futuro»

Não é novidade que o cinema hollywoodiano passa por uma séria crise de novas ideias. Prova disso é a incansável onda de remakes e continuações de filmes que hoje são considerados clássicos de suas respectivas épocas. O mais novo caso é “O Vingador do Futuro”, ficção científica estrelada por Arnold Schwarzenegger e Sharon Stone em 1990 que agora ganha uma versão com mais tecnologia, ação e… só isso.

A trama mostra um mundo pós-apocalíptico, onde apenas duas regiões do planeta continuam habitáveis: a Federação Unida da Bretanha (F.U.B), grande e rica metrópole, e a Colônia, localizada na antiga Austrália, onde vivem os menos favorecidos. É nessa região que Douglas Quaid (Colin Farrell), um simples operário de uma fábrica vive junto com a sua esposa Lori (interpretada por Kate Beckinsale).

Cansado da vida monótona que leva, Quaid decide visitar a Recall, empresa que promete implantar memórias emocionantes na mente das pessoas. Mas antes de iniciar qualquer procedimento, a polícia passa a persegui-lo sem motivo aparente e Quaid começa a perceber que ele é a peça-chave de um grande conflito que envolve a F.U.B, a colônia e uma “resistência”.

Teoricamente, a história é a mesma com algumas adaptações. O conflito não é mais em Marte e sim na Terra, não existem mais os mutantes e sim robôs-soldado. Mas o grande problema deste remake não é abandonar o conceito criado para a época, é justamente forçar uma semelhança com o longa que o originou, sem muito sucesso. Enquanto elementos implantados no filme de 1990 serviam para agregar valor à história (como o dispositivo de disfarce facial e a mulher de três seios), aqui eles ficam deslocados e não contribuem em nada para a narrativa do filme.

A escolha de Len Wiseman (“Anjos da Noite”, “Duro de Matar 4.0″) para a direção do remake, já dava indícios de que o estúdio queria deixar de lado tudo o que já havia sido feito e apostar no simples blockbuster de ação. Nesse quesito novo “Vingador” funciona muito bem, desde a escolha do elenco, cenas de perseguição bem orquestradas e utilização de bons efeitos especiais. Mas para por aí. Um conceito futurista interessantíssimo desperdiçado por um simples show de pirotecnia frenética.

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