Tom Hardy, Reese Witherspoon e Chris Pine em cena de "Guerra é Guerra"

Em seu novo longa, o diretor McG tenta mais uma vez utilizar a fórmula ação+comédia+romance+espionagem para arrancar alguns sorrisos tal como fez em As Panteras, seu primeiro trabalho para o cinema. O grande problema é que nos últimos anos, a comédia de ação (como ficou conhecido esse tipo de filme) sofreu bastante desgaste, tornando quase impossível levar a sério mais uma dessas histórias que utilizam os bastidores da CIA ou FBI como cenário.

«Guerra é Guerra» é mais um filme do gênero que abusa dos clichês e situações absurdas que não cabem nem de longe no contexto da história. No filme, Tuck e FDR, dupla de espiões interpretada por Tom Hardy Chris Pine falha em uma importante missão, e são obrigados a ficar «de castigo» por um tempo. Esse pequeno intervalo longe da ação é suficiente para que os dois conheçam Lauren (Reese Witherspoon) e automaticamente fiquem loucos por ela. Mas não para por aí. Os dois iniciam uma verdadeira missão para tirar o «rival» da jogada utilizando informações privilegiadas da CIA. A impressão que se tem é que a organização deixa tais informações de bobeira para os seus agentes se divertirem durante o expediente.

O que era para ser uma missão secreta de Tuck e FDR acaba se transformando em um show de trapalhadas e piadinhas nem sempre engraçadas. Nesse ponto, percebemos o quanto o roteiro é confuso e pouco criativo. A ideia inicial era Tuck interferir nos encontros de FDR com Lauren e vice versa, mas se eles mal conseguem esconder um do outro o que estão fazendo, quanto mais do restante da equipe. O centro de espionagem da CIA então se transforma quase num bastidor de programa de namoro na TV. Todos observam, interferem e aproveitam a missão mais divertida de suas vidas, afinal quem não quer espiar a Reese Witherspoon bem a vontade no seu apartamento?

Outra prova do roteiro preguiçoso é que tudo no filme é resolvido de forma rápida e pouco convincente. A todo momento ficamos esperando alguma melhor exploração dos personagens e de suas motivações, infelizmente isso não acontece. O filme não emplaca nem como comédia, muito menos como ação. Apesar de todos esses agravantes, não podemos dizer que o filme é de todo ruim. É mais um filme de atores e nesse ponto não deixa a desejar. Os trio de protagonistas tem uma boa química e é bem equilibrado em cena, pena que o roteiro não exige tanto da capacidade de atuação deles.

Observando o perfil dos três personagens, percebemos como poderia ter sido melhor aproveitado. A garota, vivida por Reese Witherspoon, é o típico perfil de mulher ousada e independente que esta sempre por cima da situação. Tuck (Tom Hardy) é o rapaz romântico e meio atrapalhado por quem Lauren se encanta no primeiro momento, mas percebe que precisa de «algo mais». Já  FDR (Chris Pine) é um cafajeste nato, esperto demais para um «rato de boate». É clichê, verdade, mas poderia ter um potencial maior nas mãos de um realizador mais criativo.

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