Terror em Silent HillAs adaptações de games para o cinema sempre foram vistas com maus olhos e convenhamos, motivos não faltam. A falta de aproximação com a história original, mudanças de protagonistas, ambientação mal feita, entre outros. Nesse sentido, os realizadores de «Terror em Silent Hill» conseguiram duas façanhas: conquistar o público que conhecia a obra original e apresentar ao expectador leigo no assunto um bom filme de terror.

O filme conta a história de Rose (Radha Mitchell), uma mulher extremamente atormentada, já que sua filha Sharon (Jodelle Fernand) está morrendo de uma doença fatal. Contrariando seu marido, Rose decide levá-la a uma cidade que Sharon sempre menciona em seus sonhos quando está sonâmbula. No caminho para encontrá-la Rose atravessa um portal, que a leva à cidade deserta de Silent Hill. Lá a garotinha desaparece, o que faz com que Rose a procure em todos os lugares. É quando Rose descobre que a aparente cidade deserta é na verdade habitada por criaturas demoníacas, que surgem de praticamente todos os lugares em que toca.

Apesar da substituição de um personagem masculino (Harry Manson, no game) por um feminino (Rose, no filme), o longa respeita bastante as características de Silent Hill, desde à névoa que encobre a cidade durante a maior parte do jogo (resultado das limitações da plataforma Playstation, que acabou virando uma marca registrada), às criaturas deformadas que no filme estão ainda mais assustadoras, emitindo sons estranhos e se contorcendo. A trilha sonora (ponto importantíssimo do game) foi mantida no filme e é essencial em quase todas as cenas.

O grande mérito do diretor Christophe Gans foi reunir o que a série tinha de melhor, utilizando o primeiro jogo (PS1) como história base e «pegando emprestado» dos jogos seguintes a ambientação, trilha sonora e os monstros. Não ouso dizer que «Terror em Silent Hill» é o melhor filme de terror de todos os tempos, nem chega a ser o mais assustador na minha opinião (nesse quesito, O Exorcista continua imbatível), mas foi aquele que conseguiu quebrar um paradigma e transpor para a tela grande a mesma sensação de agonia que a obra original (nesse caso um game) proporciona.

E só um detalhe: O filme é de 2006 e até agora nenhuma adaptação de game conseguiu superá-lo, vamos ver até quando…

Tags: