Amor a toda prova (Crazy, Stupid, Love)O Amor é louco e estúpido. Partindo dessa afirmação, os diretores Glen Ficarra e John Requa consegue entregar ao público a melhor comédia romântica de 2011. A dupla, que antes só havia trabalhado no comando de “O Golpista do Ano”, retorna com um filme maduro, divertido e repleto de lições sobre relacionamentos.

Na trama, Cal Weaver (Steve Carell, Eu meu irmão e nossa namorada) é um corretor bem sucedido e leva uma vida perfeita ao lado de sua linda esposa Emily (Julianne Moore, As Horas, Minhas mães e meu pai) e seus dois filhos. Ao descobrir que Emily o está traindo com um colega de trabalho (Kevin Bacon, X-men: First Class) sua vida perfeita desaba por completo. Depois de 25 anos de união com Emily, Weaver se entrega a depressão, passando noites no bar se lamentando pela perda da esposa. Numa dessas idas ao bar, Weaver conhece Jacob Palmer (Ryan Gosling, Diário de uma paixão), um tipo “boa pinta” que é especialista na arte de conquistar as mulheres. Ele passa a ser o seu “conselheiro amoroso”, pois Weaver sequer tem noção de como se aproximar das mulheres após tanto tempo de casado.

O êxito da produção se deve muito a escolha do elenco. Steve Carrel e Julianne Moore formam um casal diferente e simpático. Os dois atores são opostos muito interessantes e incrivelmente talentosos. Ele com uma veia cômica quase involuntária e ela sempre impecável em papéis dramáticos. Completam o time, Marisa Tomei e Kevin Bacon em ótimas pontas e Emma Stone que surge em um momento crucial do filme.

O filme é a prova de que a comédia romântica é um gênero que pode ser reinventado ou ao menos melhor trabalhado. Para cada coinscidência inacreditável (típicas das comédias desse tipo), há um diálogo divertidíssimo entre os personagens utilizando um humor não forçado e referências a outros filmes. Uma brincadeira bem feita que se apropria dos clichês românticos e os usa a favor do próprio filme.

Sim, “Amor a toda prova” tem todos aqueles clichês de comédias românticas que já comentamos aqui. A própria estrutura do filme é um clichê absurdo: “Um quarentão traído pela mulher muda de vida após seguir os conselhos de um mestre da sedução”. A diferença é a sutileza com que esses elementos são incluídos na trama e a excelente junção do roteiro criativo de Dan Fogelman (Enrolados) com as atuações impecáveis do elenco estelar.

Sendo assim, “Amor a toda prova” faz uma ótima mistura de gêneros e tem um bom resultado em todos eles. Boas piadas, cenas românticas e principalmente um bom foco em relacionamentos familiares. É um filme mais “pé no chão” em comparação a outras produções desse tipo e merece ser visto.

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