X-men: Primeira Classe (X-men: First Class)As franquias que envolvem super-heróis têm em comum o fato de querer explorar a qualquer custo todas as possibilidades. Seqüências, remakes e rebots nesse segmento tornaram-se algo bastante comum, principalmente para filmes que não agradaram os fãs ou não renderam em bilheteria aquilo que era esperado.

É o caso de X-men, que nas duas últimas tentativas de trazer os mutantes da Marvel para as telas de cinema entregou ao público “X-men: O Confronto Final” e “X-Men Origens: Wolverine” os dois mais odiados filmes da franquia. Felizmente a nova investida da Marvel, que aposta novamente em uma história de origem, veio para tirar a má impressão deixada pelas adaptações anteriores e dar esperança de uma boa saga a partir desse novo grupo de mutantes.

“X-men: First Class” se passa no início dos anos 60, curiosamente a mesma época em que Stan Lee e Jack Kirby estrearam seus personagens, publicados pela primeira vez em setembro de 1963. No auge da Guerra Fria, eventos como a crise de mísseis em Cuba fazem com que Estados Unidos e União Soviética estejam prestes a iniciar o que seria a terceira Guerra Mundial. Nesse cenário, somos apresentados a Sebastian Shaw (Kevin Bacon), um ex-oficial nazista que tem grande interesse que esse conflito aconteça. Segundo ele, um evento dessa magnitude fortaleceria ainda mais os seus poderes mutantes, conseqüência de uma liberação enorme de energia atômica. Para combater o plano de Shaw, Charles Xavier em um trabalho conjunto com a CIA inicia um recrutamento de novos mutantes. A primeira classe.

A ambientação do filme e a inclusão dos mutantes nesse contexto é um dos pontos que merece destaque no filme. Um trabalho bem realizado por Matthew Vaughn («Kick Ass») e sua equipe de roteiristas de peso que conta com Ashley Miller, Zack Stentz, Jane Goldman e Brian Singer de volta ao time após dirigir os dois primeiros filmes da franquia.

Apesar de se posicionar no conflito entre as grandes potências mundiais da época, a grandiosidade de “X-men: First Class” não está no conflito bélico e sim no caráter emocional de seus personagens. O grupo do professor Xavier é formado por adolescentes. Mutantes inexperientes que ainda estão passando por um processo de aceitação e descobertas. A utilização da personagem Mística (Jennifer Lawrence, «Um novo despertar») é o maior exemplo dessa fase que os jovens estão vivendo durante o treinamento.

“X-men First Class” consegue se destacar entre as demais adaptações da Marvel, pois além de manter uma coerência com o momento histórico em que o filme está inserido, trata as relações entre os personagens de maneira que toda a ação do filme é desencadeada sem forçar a barra. Digamos que é o filme mais ‘humano’ dos X-men, utilizando as motivações emocionais dos personagens para justificar os poderes que eles buscam aprimorar desde a formação do novo grupo.

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