Você vai conhecer o homem dos seus sonhos“A vida é uma história contada por idiotas, cheia de som e fúria, e no final nada significa”. 
O início da nova obra de Woody Allen é um jogo antagônico de sentimentos descritos entre a citação pessimista de Shakespeare (narrada em off) e a canção alegre «When You Wish Upon a Star» (tema do Pinocchio de Walt Disney) ao fundo. Esse recurso utilizado no início de Você vai conhecer o homem dos seus sonhos pareceu interessante por quebrar logo de início a minha espectativa por mais um filme clichê sobre relacionamentos. Mas só pareceu.

Para muitas pessoas, o título dos filmes em português é motivo de revolta e ódio mortal. No caso de Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, não há muito que fazer. O título original You Will Meet a Tall Dark Stranger – algo como: “Você vai conhecer um estranho alto e moreno”(?) – sugere o que vem pela frente: uma obra de auto-ajuda com mulheres decepcionadas em algum tipo relacionamento. Tentei não levar em conta esse ponto, mas nesse caso é justamente isso que aparece.

O filme conta a história de dois casais: Alfie (Anthony Hopkins) e Helena (Gemma Jones) e sua filha Sally (Naomi Watts), casada com Roy (Josh Brolin), abordando as suas paixões, ambições, ansiedades e, logicamente, suas insanidades. Depois que Alfie deixa Helena em busca da sua juventude perdida com uma menina liberal chamada Charmaine (Lucy Punch), Helena abandona sua própria racionalidade e entrega sua alma para uma vidente charlatão. Também infeliz no casamento, Sally desenvolve uma paixonite pelo seu elegante chefe, proprietário de uma galeria de arte, Greg (Antonio Banderas), enquanto o escritor de romances Roy, aguarda ansiosamente resposta da editora para seu último manuscrito.

Seguindo um roteiro digno de novela mexicana, o filme torna-se irregular chegando a ser bem monótono em alguns pontos. Eu realmente estava afim de ver o novo filme do Woody Allen. Uma proposta interessante de mostrar as difíceis relações humanas através de situações do cotidiano, mas que se perde em vários eventos absurdamente forçados com atuações que ficaram devendo bastante, com exceção de Freida Pinto (Quem quer ser um milionário), numa participação espetacular no filme. Além disso, o ritmo do filme não empolga, muito menos os personagens principais que são extremamente caricatos. Uma história que no final nada significa.

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