Enterrado Vivo (Buried)Paul Conroy (Ryan Reynolds) é um americano motorista de caminhão no Iraque e acorda, sem saber como, enterrado vivo dentro de caixão de madeira. Sem saber o que aconteceu e o porquê de estar ali, ele tem em suas mãos apenas um telefone celular e um isqueiro. Começa então uma tensa corrida contra o tempo e a falta de ar. E a pressão aumenta ainda mais quando os sequestradores exigem um resgate milionário para libertá-lo e um vídeo com suas imagens vão parar no You Tube.

TENSO. Eis uma palavra para descrever uma hora e trinta e sete minutos de Ryan Reynolds preso dentro de um caixão enterrado no deserto iraquiano. Enterrado vivo não foi um daqueles filmes muito comentado ou esperado esse ano aqui no Brasil, e para muitos passou completamente batido em meio aos outros lançamentos, lá fora o reconhecimento da obra veio através do respeitado prêmio da National Board of Review.

Por ter apenas um ator em cena durante todo o filme, a história tem que passar ao público a exata sensação de um ser humano preso naquelas condições, e nisso Reynolds se saiu muito bem com suas expressões corporais que vão do desespero ao sarcasmo entre um telefonema e outro.

Quem espera apenas um filme que explora os limites do cinema, causando extrema agonia em quem o vê pode se surpreender com toda a discussão política em torno da diplomacia americana. Paul é mantido dentro do caixão como um prisioneiro militar (embora não seja soldado), e tem que convencer a embaixada americana (que não negocia com terroristas) a pagar o resgate milionário.

O filme não se prende a desvendar quem são os sequestradores de Paul ou o que aconteceu antes dele ser enterrado, esse talvez seja o maior mérito da história. Assim como o espectador, Paul vai descobrindo aos poucos através de telefonemas, o que o levou aquele lugar e o que é preciso fazer para se livrar. Uma ideia simples, orçamento mínimo, roteiro com boas reviravoltas e 17 dias de filmagem dentro de um caixote, foram necessários para fazer o filme-agonia mais impressionante e claustrofóbico do ano.

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