Apenas o fimEscrito e dirigido por Matheus Souza, um estudante de cinema de uma importante universidade carioca, Apenas o fim surpreende pela simplicidade e competência do roteiro. Um casal de estudantes interpretados por Érika Mader e Gregório Duvivier (5X Favela, O Homem do Futuro) vivem uma crise no relacionamento e têm exatamente uma hora para discutir a relação no Campus da universidade antes que a garota vá embora para sempre.

Segundo o diretor a ideia de gravar todo o filme dentro do Campus veio para solucionar a falta de equipamento. As câmera utilizadas na gravação pertenciam a universidade e não podiam ser levadas para fora do Campus, logo o diretor/roteirista adaptou a história a essa condição. O baixo orçamento não foi um obstáculo na construção do filme que se destacou pela simplicidade e eficiência dos diálogos entre os protagonistas.

Apesar de ser um filme com poucos atores, nenhum deles muito conhecido pelo grande público, os personagens são bem explorados principalmente no estereótipo do casal: a menina descolada de classe média que se apaixona pelo nerd da faculdade vivendo um romance intenso até o momento de crise retratado no filme. Durante toda a trama, o casal revive importantes momentos de seu relacionamento fazendo referências a elementos da nossa geração (filmes, games, bandas) tornando quase impossível não se identificar com pelo menos um diálogo ou situação do filme. Em uma das cenas, Antônio (Gregório Duvivier) afirma que prefere «Transformers» à qualquer filme do Godah.

A sensação que o espectador tem é de estar passeando lado a lado com o casal em seus últimos minutos juntos, a câmera segue os atores a maior parte do filme, o que fortalece essa ideia. Isso tudo torna de Apenas o fim um filme para uma nova geração, que consome as referências citadas durante a história. Não podemos afirmar que é um retrato de toda a juventude moderna, mas de uma boa parte, pessoas de classe média, com formação educacional e admiradores da arte.

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